Chefe que tomou carro de funcionária é investigado por dar apoio ao tráfico internacional de drogas, diz PF
Rodrigo Morgado é um dos investigados pela Polícia Federal em uma operação contra o tráfico de drogas. A esposa dele é advogada e afirmou que o marido foi...

Rodrigo Morgado é um dos investigados pela Polícia Federal em uma operação contra o tráfico de drogas. A esposa dele é advogada e afirmou que o marido foi alvo por ser um "empresário bem sucedido". Rodrigo Morgado foi preso e teve veículos apreendidos durante Operação Narco Vela, da Polícia Federal Redes sociais e PF Rodrigo Morgado, o dono da Quadri Contabilidade que conseguiu um alvará de soltura após ser preso por porte ilegal de arma durante uma operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas, continua sendo investigado. Segundo a corporação, o empresário dava apoio financeiro e logístico ao grupo criminoso que recrutava pescadores para transportar entorpecentes até o alto-mar. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Morgado também ficou conhecido após sortear um carro em uma festa da empresa e tomar o veículo da funcionária vencedora, alegando descumprimento do regulamento. A mulher foi demitida e fez um acordo com o empresário. Ao g1, Clara Ramos de Souza Morgado, que é advogada e esposa do empresário, afirmou que o marido não tem ligação com o tráfico internacional de drogas. Ela garantiu que a inocência dele será comprovada na instrução criminal -- fase do processo penal em que as provas são analisadas para determinação da verdade dos fatos e responsabilidade do acusado. "Como a polícia pode investigar quem quiser, resolveu investigar o Rodrigo por ele ser um empresário bem sucedido", alegou a advogada. O empresário era um dos investigados durante a Operação Narco Vela e, contra ele, havia mandados de busca e apreensão em diversos endereços, em Santos, Bertioga e São Paulo. Ele chegou a ser preso na capital paulista por porte ilegal de arma após os policiais federais encontrarem uma pistola dentro da Lamborghini dele. De acordo com o delegado federal Osvaldo Scalezi Júnior, a organização criminosa desarticulada pela operação recrutava pescadores para transportar drogas até o alto-mar, onde os entorpecentes eram transferidos para outras embarcações com destino ao exterior. Ainda conforme informado pelo delegado, mais de 20 pessoas foram presas na terça-feira (29). Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão em cinco estados do Brasil e em três países: Estados Unidos, Itália e Paraguai. Como funcionava o esquema? Guarda Civil Espanhola realizou apreensão em 2022 que contribuiu com investigação da PF para Operação Narco Vela Guarda Civil Espanhola O tráfico era voltado principalmente aos continentes europeu e africano, com uso de equipamentos de rastreamento por satélite e embarcações de longo curso, como barcos e veleiros. O principal núcleo da organização criminosa tem origem na Baixada Santista. Segundo o delegado, a PF descobriu que diversos investigados já tinham expertise no tráfico internacional de drogas. Eles convidavam, inclusive, pescadores para participar do esquema de travessia. "Eram cooptados pelo tráfico com a promessa de ganho de valores altos", explicou. Como a droga era traficada? Segundo Scalezi, a organização que tinha base na Baixada Santista era responsável por armazenar a droga em região terrestre, no litoral, e acondicioná-la em pequenas lanchas. Essas lanchas, veículos rápidos, faziam o transporte da droga até o alto-mar. Já na região de alto-mar, de acordo com a autoridade policial, os entorpecentes eram transferidos dessas lanchas pequenas para barcos maiores, como pesqueiros e veleiros que faziam as travessias transoceânicas até os países de destino da droga. "Chegando-se próximo à costa africana ou da parte ali das Ilhas Canárias, elas se encontraram com outras embarcações menores, lanchas rápidas que realizavam o resgate dessa droga e levavam até o continente", afirmou. Mansão do empresário Rodrigo Morgado foi alvo de mandado de busca e apreensão em Bertioga, SP Danilo Santos/TV Tribuna Prisão e soltura À Polícia Federal, Morgado justificou a presença da arma no carro “por falta de atenção”, dizendo que foi para São Paulo às pressas na madrugada de segunda-feira (28) para internar o filho no Hospital Albert Einstein. Ele teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda. Na decisão, o juiz Antônio Balthazar de Mato disse que o empresário está vinculado a investigações de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, o que o torna um risco à sociedade. "Quem, sem autorização legal, dispõe-se a andar armado, mormente (principalmente) se envolto em práticas ilícitas, salvo hipóteses excepcionalíssimas, está pronto a cometer os mais sérios crimes tipificados em lei", destacou o juiz. Segundo apurado pelo g1, a esposa dele é advogada e conseguiu um alvará de soltura para o marido na sexta-feira (2). Em uma nova decisão, o juiz Mens de Mello afirmou que o fato de Morgado ter a documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) demonstra que a posse da arma pode não decorrer de uma conduta criminosa, o que deve ser apurado durante o processo. Vídeos mostram mansão e veículos luxuosos de empresário preso durante operação da PF VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos